prejuízos

União já destinou mais de R$ 3,8 milhões para enfrentamento da estiagem na região

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Sol forte e chuva escassa castigam produção e produtores agrícolas da região desde outubro de 2020

Mais de 80% dos municípios gaúchos já decretaram situação de emergência por conta da estiagem que afeta o Rio Grande do Sul. O período de seca, embora tenha sido mais forte a partir de novembro do ano passado, é ainda mais prolongado: desde outubro de 2020, o Estado sofre com a falta de chuva. A situação ficou ainda mais alarmante entre dezembro e janeiro, quando não choveu em nenhuma cidade gaúcha, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. Para tentar aliviar os prejuízos dos trabalhadores do campo, a União liberou, até agora, mais de R$ 48 milhões para o enfrentamento da estiagem. O Rio Grande do Sul, o mais atingido até agora pela seca, receberá mais R$ 18 milhões para ações emergenciais de socorro e assistência. Na Região Central, são 21 municípios beneficiados com recursos. O total de dinheiro liberado pela União é de R$3.833.586,65. Santa Maria não faz parte da lista. 

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Santiago é a cidade com mais valores recebidos: são R$ 558 mil. O recurso já está na conta do município. Agora, a prefeitura trabalha, junto ao setor de licitações, na execução para compra de cestas básicas. Com o valor, o município estima a aquisição de mais de 3 mil cestas básicas, que serão distribuídas prioritariamente para famílias da área rural. A partir desta segunda-feira, equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social e da Defesa Civil vão percorrer 22 localidades do Interior para avaliar a situação das famílias e planejar a distribuição das cestas. Parte do dinheiro também foi destinado para a compra de combustível usado nos caminhões de distribuição de água. Até agora, o município já destinou mais de 1 milhão de litros. Também serão comprados quatro reservatórios móveis de água. O dinheiro foi liberado pelo Ministério de Desenvolvimento Regional.

Em Júlio de Castilhos, o primeiro município do Estado a decretar situação de emergência em função da estiagem, as perdas na soja, com maior área de cultivo, chegam a mais de 70%. No gado leiteiro, o segundo maior gerador de riquezas do município, são cerca de 65% de vacas que tiveram a produção afetada pela falta de água. Na cidade, 80% da população depende da produção agrícola para sobreviver. 

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- A maioria da nossa população depende do campo. Mesmo que as perdas sejam no meio rural, afeta também a área urbana, com o comércio e serviços - observa a secretária de Agricultura, Ana Paula Alf Ferreira. 

A União destinou R$ 165 mil para auxílio. O recurso será utilizado para a compra de cestas básicas, óleo diesel e reservatório móvel de água, com capacidade de 4,5 mil litros.  

Para Tupanciretã foram destinados mais de R$ 354 mil, que foram usados na compra de cestas básicas, pagamento de hora-máquina, combustível, água potável e balões pipa. Na última semana, choveu cerca de 10 milímetros no município, o que não é suficiente para amenizar os impactos da estiagem. 

- Os prejuízos já estão instalados, não melhora nada. Essas chuvas isoladas servem para minimizar prejuízos no futuro apenas - garante o prefeito Gustavo Terra.

No município, de acordo com o prefeito, as perdas na soja chegam a 80%. Os agricultores estão colhendo cinco sacas do grão de baixa qualidade por hectare. Além disso, as perdas no milho, tambo e silagem são de 100%. A prefeitura também precisou construir 320 açudes e bebedouros e fazer a entrega de água potável para 20 famílias duas vezes por semana. 

Em Faxinal do Soturno, o valor deve chegar nos próximos dias. A previsão é que até o início desta semana os mais de R$ 201 mil possam ser acessados. A Secretaria de Administração estuda como e onde o dinheiro será gasto. 

SITUAÇÃO DAS DEMAIS CIDADES
Os municípios de Agudo, Nova Esperança do Sul, Unistalda, São Sepé, São Francisco de Assis, Ivorá, Jaguari, Toropi, Vila Nova do Sul, Lavras do Sul, Quevedos, Mata e São Martinho da Serra já receberam os recursos. Algumas prefeituras já aplicaram o valor em benefício da população e outras aguardam trâmites burocráticos para fazer as compras, que podem ser diretas, sem necessidade de licitação.

Dos municípios contatados pela reportagem, apenas Cruz Alta não recebeu os recursos da União. As prefeituras de Itacurubi, Cacequi e São Vicente do Sul não atenderam as ligações. 

RECURSOS LIBERADOS PELA UNIÃO

  • Júlio de Castilhos - R$ 165.675,00
  • Tupanciretã - R$ 354.480,00
  • Itacurubi - R$ 135.891,41
  • Jaguari - R$ 382.000,00
  • Agudo - R$ 72.290,00
  • Toropi - R$ 187.860,75
  • São Francisco de Assis - R$ 195.000,00
  • Faxinal do Soturno - R$ 210.881,68
  • Ivorá - R$ 86.437,20
  • Cruz Alta - R$ 30.091,41 (ainda não recebeu os recursos)
  • Vila Nova do Sul - R$ 74.770,00
  • Santiago - R$ 558.805,32
  • Mata - R$ 96.040,00
  • Lavras do Sul - R$ 75.613,50
  • Nova Esperança do Sul - R$ 255.230,91
  • Unistalda - R$ 147.620,98
  • Quevedos - R$ 174.660,00
  • São Pedro do Sul - R$ 99.880,00
  • Cacequi - R$ 237.658,62
  • São Vicente do Sul - R$ 139.386,02
  • São Sepé - R$ 321.940,00

*Colaboraram Felipe Backes e Vitória Parise

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